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Mostrando postagens de 2019

2019: O ano em que perdi meu apêndice!

O ano em que completei 29 anos me fiz mais menino, e mais homem também. Fiquei em estado de antítese. Desde de muito cedo me forcei a não chorar por nada, e por ninguém, mas 2019 me arrancou lágrimas necessárias. Chorei. Tive um desague.  Como de costume, tive meus períodos de reclusão particular. Sumi um pouco, tentei me encontrar, e até agora sigo nesse rumo. Ainda é tudo muito complexo, não tenho respostas minhas ainda, por isso, aquietai. Não esperem de mim a força que não me cabe mais. É importante ser resiliente, mas é preciso esmorecer um pouco. Refazer a rota, se perder aqui e ali, não ver graça em nada. Se reinventar.  Vejo muita gente reclamando desse ano, e pondo esperança em 2020. Novo ano, novos ciclos e projetos. E me incluo nesse contexto, mas no final o que nos cabe mudar antes desse novo ano chegar? Não sei dizer, ainda estou refletindo.  Uns dizem que essa turbulência sem cinto é o retorno de saturno, no meu caso, ali beirando os 30 anos, ...

Disponibilidade afetiva

Há alguns dias li algo de Bauman, além de falar sobre tempos líquidos, e de como a sociedade capitalista coloca suas relações, ele indicou algo que me chamou muito atenção. Ele destacou que nas relações humanas existe um anseio pela conquista, e quando ela acontece, facilmente se perde o interesse. O ser humano é egocêntrico, e o processo de conquista é empolgante. É como se uma premiação fosse alcançada para deixar um troféu na estante, ou uma leitura proveitosa e esquecida. Após ler isso, pensei na proporção de relações rasas, no sexo, na curiosidade e vontade de se manter relações afetivas. E de fato não discordo dele, mas cheguei a um ponto que me fez repensar algumas cobranças que já me fiz. E entendi que disponibilidade afetiva é algo que não podemos esperar de todo mundo, afinal pessoas são diferentes, e com necessidades diferentes. Infelizmente uma história pode começar bem, mas chegando em um momento onde falta reciprocidade, interesse e desejo, fica evidente que a cont...

Onde está o desafio que você procura?

Desde 2015 estou em processo de transição de carreira, e esse processo transitório é muito significativo para quem precisa se encontrar através de novas vivências profissionais, porque as vezes você ganhará um pouco menos, estará em uma posição diferente do esperado em seu plano de carreira, mas estará se desenvolvendo. E não estou falando apenas de se desenvolver utilizando PROCV, falo de amadurecimento para a vida. Certas vezes seu desafio profissional será aprender a lidar com seu ego, ansiedade, e pressa para que tudo aconteça de forma rápida. Nesse tempo conheci profissionais que precisaram de um ano sabático fazendo mochilões pelo mundo, outros de uma pausa de dois anos na Europa para um mestrado, ou um tempo a mais para fazer voluntariado no Ásia. Dentro dessa órbita, a grama do outro acaba sendo mais bonita, verde e fértil. Conselho: Aceite seus ciclos, e trace seus planos pessoais. Tem gente que muda de país e não sai do lugar, você pode ir longe estando aonde está, é pr...

Letrux e minha estória amorosa.

Estava ouvindo uma sequência de músicas, cheguei em Futuros Amantes.  Chico canta que amores serão sempre amáveis, e eu até concordo, é bonito de se ouvir. A música dá um conselho dizendo que não é para se afobar, afinal o amor pode esperar em silêncio.  Poético, mas somente isso. Ontem um amigo me ligou pedindo um conselho em uma conversa descontraída: Almir, o que você acha sobre acontecer naturalmente? Eu disse: Naturalmente só chuva do céu, querido. Minha conta fecha quando dois querem, isso é o natural para mim: a reciprocidade. Sem grandes ações misticas ou algo do gênero. Vontade é algo pessoal e intransferível. Não sei muito o que falar sobre amor, e sobre amar homens e mulheres. Só sei que existe um tanto de vontades dentro de mim. Mas percebi nos últimos tempos um certo medo cá dentro, medo de ficar triste durante um período grande, e de não ser correspondido, assim como estórias amorosas do passado. Fiquei com medo de ficar na merda, ouvindo minha pl...

Não, se apaixone!

Uma amiga me pediu para escrever sobre sentimentalidades, segundo ela, apesar de ter acompanhado minhas curtas estórias amorosas, ela gosta de como falo sobre essa temática. Então quero deixá-la feliz, e também compartilhar esse texto com vocês. Geralmente quando alguém me procura para falar sobre estar apaixonado, faço uma série de recomendações para que não nos encontremos tempos depois na guia para chorarmos juntos. Tento ser prático com relação aos fatos, e assim chegamos em um diagnóstico. O que acaba sendo indiferente, porque cada individuo acaba vivendo o que lhe é necessário. Não desacredito de nenhum sentimento, mas sou atento aos meus, por isso, tento indicar o mesmo à aqueles que seguem comigo. No passado fui alguém que não indicaria se permitir, mas meu discurso mudou. Agora estimo que tenhamos coragem para entendermos, e vivermos o que se passa dentro de nós. Fiz dois anos de terapia, e lembro que certa vez minha terapeuta me disse: Almir, você precisa parar de se...

O que mudou no Networking?

Por volta de 2005 comecei a ouvir falar sobre Networking em um curso profissionalizante que participei, me diziam como isso seria fundamental para minha carreira. Mas nem sempre soube alinhar essa questão em meus relacionamentos, afinal mesmo eu sendo uma pessoa de fácil relacionamento interpessoal, havia em mim um certo receio de me aproximar de pessoas na gestão, ou até mesmo de alguém em uma posição acima da minha. Não queria ser tido como mais um “puxa saco” papeador, ou simplesmente entendia que não poderia estender conversas além das minhas atividades. Era um ato sem muita consciência, mas optava por ficar quieto em momentos em que cabiam fala; havia medo de falar uma besteira. Se identificou? Por anos não soube estabelecer minhas relações, a insegurança sempre foi muito presente até que eu entendesse que ela era um ponto a ser melhorado, afinal a vida não pede da gente nada mais do que prontidão. A maturidade nos modifica quando nos permitimos. Você não precisa ser v...

Meus 12 casamentos

Ter sido padrinho 12 vezes é algo que falo com gosto; esse fato sempre me rende uma série de emoções, e divertidas histórias. Uma vez me tornei padrinho por acaso, eu era convidado, mas acabei padrinho pela ausência de outro. Já entrei sozinho porque meu par se atrasou, e viajei alguns muitos quilômetros dentro desse Brasil, mas sobre tudo, vi amigos celebrando o amor de forma ímpar. Penso que a celebração do amor não se faz devido a uma festa grande, dogmas de fé, ou comida boa para fartar convidados. Penso que bons encontros, e decisões bem tomadas é o que faz o restante ganhar sentido.  Pausa para música bonitinha:  "Se um dia eu te encontrar do jeito que sonhei, quem sabe ser seu par perfeito, e te amar do jeito que eu imaginei..." Aliança, Tribalistas.  Pode parecer piegas escrever sobre casórios, e relacionamentos, mas tenho aprendido que solitude faz bem, mas a solidão é arriscada nesses tempos de amor líquido.  Vamos seguindo a vida em um...

O que não está em seu Linkedin?

Login, senha, conexão ok. Pronto, online.  Sem mensagens hoje, apenas algumas notificações, respostas automáticas para parabenizar aniversários, promoções, ou conexões que iniciaram especializações. Acredito muito na potencialidade do Linkedin, e de fato é uma rede social diferenciada, onde é possível se manter informado, fazer conexões, tomar conhecimento de oportunidades.  Em 2017 conheci o escritório deles, e foi uma experiência incrível.  Hoje não irei analisar a operação deles, ou indicar sobre como expandiram no mundo, afinal isso é notável. Quero falar sobre os usuários, e compartilhar minhas percepções.  Voltando um pouco sobre o começo do texto, após logar na plataforma, é possível ver o seguinte: Dados básicos do usuário , uma breve apresentação pessoal, o histórico das empresas em que passou, e também a relação de instituições que você estudou. Foto formal, ou aquela picture que passe um ideal que você é descolado,entretanto possui o per...

Diversidade não é produto pop

O conceito de diversidade tem sido falado de forma muito ampla no mercado de trabalho, e dentro das muitas faltas que o Brasil vive, isso é um ganho, mas em contra ponto é preciso termos atenção a essa temática.  Vejo empresas vestindo uma roupagem comercial, mas sem muita representatividade. Atuando apenas dentro de um cenário midiático, porque em alguns casos se tornou interessante falar de minorias, mas sem muito aprofundamento, porque não existe interesse em impacto social, o foco permanece sendo o retorno apenas em lucratividade. Com isso, descartando a pluralidade da compreensão contextual em que a diversidade se forma. Falta propósito. Prometo não me alongar em todas as especificações que gostaria de trazer, mas levantarei pontos relevantes em nossa conversa hoje. Em maio de 2019 estive em uma palestra no MIS (Museu da Imagem e Som), na capital paulista, onde Ana Maria Gonçalves, a escritora do livro O Defeito da Cor transcorria sobre a sociedade atual que ...

Periferia, Educador Social e o Terceiro Setor

A periferia é o lugar de fala de muitos brasileiros, e em alguns aspectos parece um mundo paralelo onde índices preocupantes alertam a sociedade que responde de forma desinteressada, mas fora o contexto de problemas sociais, como pobreza, marginalidade, e a falta de acessibilidade a direitos básicos, existe dentro desse espaço um mundo plural que segue se desenvolvendo, apesar de toda precariedade. Um ator muito significado dentro desse espaço é o Terceiro Setor, tendo agentes impares na interação com jovens, adultos e adolescentes: os educadores sociais.  Não retirando a contribuição dos demais profissionais que atuam com políticas públicas, mas observando especificamente para esse profissional é indispensável entender seu papel, e desafios frente a rotina diária. Em 2006, quando tive a oportunidade de fazer um curso profissionalizante na Ação Comunitária que hoje recebe o nome de Vocação, pude aprender noções administrativas, descobri outras funções do computador, além ...

Jéssica, Los Hermanos e eu.

"Moça, olha só o que eu te escrevi..." Não sei bem por onde começar, geralmente não sou bom com começos, mas também sou um pouco desajeitado com finais. E é estranho trazer um história que parece mais estória, afinal não aconteceu aquele simples ciclo de inicio, meio e fim. Tudo aconteceu dentro de mim. Vamos lá! Há sete anos atrás conheci Los Hermanos, e também conheci Jéssica. Foi a segunda Jéssica da minha vida, é engraçado dizer, mas já me apaixonei por três Giseles, e duas Jéssicas ao longo dessa jornada desajustada. Longa história, meus caros, mas retornemos ao que interessa. Jéssica é dessas garotas de riso largo, que perde os olhos ao sorrir, e tem uma risada aguda que faz com que você sorria vendo ela sorrir. Eu a chamava de pequena, mas ela é cumprida, cheia de ideias, e com uma infinidade de assuntos peculiares. É alguém que é bonita de dentro para fora, e é uma pessoa com quem vale a pena compartilhar um café, um chá, uma cerveja, a vida.  Em 2012, lembro...

Ressignificar é preciso

2018 foi um daqueles anos de rolling in the deep (existem traduções bonitas e poéticas para essa expressão, mas entenda como ladeira abaixo). Um ano pesado; sinto que foram muitos anos vividos em um só. Aconteceram despedidas forçadas, e isso dá um nozinho na garganta, mas entendamos os tristes finais do ciclo da vida. Também me despedi de gente que seguiu para outro continente atrás de vida nova, mas o consolo do reencontro me tranquiliza. Me desfiz de vínculos tóxicos e abusivos, com o tempo aprendemos a priorizar nossa saúde mental. Entre um entrar e sair de mês acompanhei a vida acontecendo, e senti desapontamento acompanhado por medo. Principalmente quando percebi que a fé se tornará instrumento de manipulação e propagação de ódio na sociedade, eu poderia justificar como política, entretanto falaram muito sobre Deus e uma justiça que parece injustiça. Uma justiça que odeia o diferente e não acolhe, não me parece prática de fé, afinal amor moral não é amor. Talvez eu tenha perce...