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Mostrando postagens de 2017

Alunos, Sala de Aula e um Professor Careca

Meu primeiro dia em sala de aula foi um pouco desesperador, afinal nunca havia dado aula. Já havia palestrado sobre orientação vocacional para jovens da comunidade religiosa que faço parte, e até dei aula referente a estudos bíblicos durante alguns anos. Mas nada se compara a experiência que vivi no último um ano e meio, afinal depois de encarar esse desafio me tornei professor, fêssor, prof, prô, e por aí vai. Alunos são seres extremamente criativos. Não só o primeiro dia, mas o primeiro semestre dando aula foi muito difícil para mim. Descobrir que os caminhos da didática são infinitos é ter que quebrar paradigmas, e os meus foram quebrados. Ensinar é ter que olhar para cada aluno com uma luneta. O conteúdo programático é muito relevante, mas a formação cidadã de um adolescente é muito mais importante do que regra de três.  E isso é algo que tive que fixar na mente. Depois disso as coisas foram fluindo. O ano 2017 no geral não foi fácil para ninguém, afinal são tempos de caos...

Os processos seletivos mudaram, e você?

No ano de 2006 fiz minha primeira entrevista profissional no centro velho de São Paulo; preenchi uma ficha azul, fiz uma prova de conhecimentos gerais, um senhor apático me fez algumas perguntas, senti um calafrio na alma, queria minha mãe, e não passei para a vaga de estágio. De lá até aqui realizei uma série de entrevistas, e esse texto têm como objetivo analisarmos como os processos seletivos estão mudando. Há dez anos as organizações em sua totalidade seguiam o fluxo tradicional de avaliação em processos seletivos: triagem de currículos, testes, dinâmica em grupo e entrevista individual. Em linhas gerais o processo analítico não mudou muito, entretanto é fato que o mercado se posiciona de forma diferente em seu processo de atração de talentos. Ações estratégicas estão tomando conta dos processos de recrutamento e seleção. Por exemplo, O Itaú Unibanco realiza palestras com seus executivos para atrair talentos que poderão fazer diferença dentro da organização futuramente. Dessa ...

Cadê o cliente que estava aqui?

Não é de hoje que o mundo corporativo está se atentando cada vez mais para as questões relacionais com seus clientes, e esse ponto está ligado ao marketing digital, pois na WEB um acontecimento pode ser replicado em segundos para milhões de pessoas.  E dentro dessa perspectiva de compartilhamento não há filtro para que existam apenas notícias boas circulando. Recordam-se da polêmica que a Nestlé enfrentou junto ao Greenpeace há alguns anos? Seguinte: dentro do processo produtivo de alguns chocolates da Nestlé existe a utilização de óleo de palma da Indonésia, e essa área de extração colocou em risco orangotangos. Essa questão trouxe muitas discussões sobre a regularidade dos fornecedores da Nestlé.  O assunto aparentemente está resolvido, entretanto na última semana presenciei pessoas comentando sobre o compartilhamento de um vídeo via Facebook referente a este caso. Apresento esse exemplo apenas para reforçar que com certeza esqueceremos uma série de notícias, entretan...

Em tempos de caos, qual é o seu plano?

Os últimos dois anos estão me sendo de grande valia, principalmente pela série de aprendizados que tenho adquirido. E agora não falo apenas de aprendizado técnico, mas sim de coisas simples que firmam um sentido mais exato para a vida. Dentro desse período muitas coisas permearam meu caminho, e o fator de maior impacto foi o processo de transição de carreira. Por conta disso tive que repensar qual passo daria em minha vida de cada vez, afinal os tempos de caos não acabaram.  A princípio minha perspectiva era o segmento bancário onde estive por quase nove anos, depois busquei oportunidades no Terceiro Setor devido a experiências de voluntariado nesse segmento, mas com o tempo realizei algumas descobertas. E essas descobertas se relacionam com vontades futuras e diagnósticos presentes, pois muitas coisas acabam sendo obvias para algumas pessoas, mas para as outras é preciso viver experiências para se chegar a conclusões pessoais. E o primeiro aprendizado, é que trabalhar em uma ...

Respira, não pira!

A cada texto busco relacionar minha percepção de mundo em soma as experiências que vivi ou estou vivendo, afinal esse é um espaço de troca e desenvolvimento conjunto. E na última semana não escrevi propositalmente; eu fiz isso porque existem tempos em que organizar as ideias é mais necessário do que expor uma enxurrada de coisas que ainda nem foram digeridas.  É preciso entender quando precisamos dar passos largos ou caminhar devagar.  É preciso entender quando a vida lhe impulsiona uma pausa. Tenho aceitado as pausas que a vida está me impondo, e isso não quer dizer que eu seja acomodado ou que não queira mudar algumas coisas em minha rotina, mas descobri que existem coisas que não dependem apenas de mim, e para elas eu deixo que em seu ciclo natural se desfaçam.  A dorzinha de estômago se tornou gastrite nervosa, e eu não quero que se torne úlcera. Relaxar é preciso. Por curiosidade de mundo ou impulsividade sempre terminei algo pensando na próxima coisa que faria,...

Fui demitido, e agora, José?

Ser demitido não é lá uma das melhores experiências do mundo, entretanto é importante lembrarmos que a vida segue em ciclos com começo, meio e fim. A área profissional não é diferente disso, ela é apenas mais uma extensão das diversas áreas da vida. Saiba que por mais que não esteja contente com sua rotina, ser demitido vai te abalar de alguma forma. É algo parecido como se perder quando se está em um caminho novo, mas no final encontramos nossa rota. E isso é reconfortante! A primeira vez que fui demitido pensei que os sonhos da minha vida estavam desfeitos, e que agora nada mais daria certo. Tinha 21 anos e a mente efervescente; a área que trabalhei se desfez, pois os processos foram terceirizados. O sonho grande foi para o ralo; lembro-me que chorei, fiquei desnorteado e senti uma sensação de derrota eminente. Mil questões passaram pela minha mente: Onde vou trabalhar depois disso? O que farei? Eu era aprendiz, depois me tornei analista, e agora, José? No impulso enviei meu currícul...

Tempos de Diversidade

Quando decidi escrever esse texto comecei a pensar nas empresas em que trabalhei, e em como a questão da diversidade é tratada em nossa sociedade atualmente. Pensei em quantas mulheres diretoras conheci, e em quantos negros vi em altos cargos. Refleti sobre os tabus normativos ligados à sexualidade, religião, origem étnica, e em como o pobre interage em meio ao sistema em que vivemos. Mas de fato o que é Diversidade? Segundo o dicionário Michaelis, diversidade é: Q ualidade daquilo que é diverso, diferença, dessemelhança, variação, variedade.  Conjunto que apresenta características variadas; multiplicidade.   Quero deixar claro que meu intuito não é polemizar essa questão, mas sim compartilhar com vocês minhas percepções. Agora vamos ao panorama histórico, e também aos dados atuais. A mulher A mulher só pôde exercer seu papel cívico com o voto a partir de 1932, e infelizmente ainda existem pessoas que acreditam que a articulação feminina se restringe apenas as que...

O que é voluntariado?

Segundo pesquisa divulgada pela Fundação Itaú (2014), no Brasil existem cerca de 16,4 milhões de pessoas que atuam em atividades de voluntariado. Sendo desde atividades fixas às pontuais, onde 51% são homens e 49% mulheres. Mediante a esse índice entendemos que os brasileiros têm disposto seu tempo para as causas que acreditam. Em sua origem as ações voluntárias surgem de questões assistencialistas, e que em sua maior parte são oriundas da relação com práticas religiosas. Por exemplo, a distribuição de alimentos para moradores de rua realizada por denominações religiosas onde existe cunho evangelístico, e também voluntário. No passado, o voluntariado se limitava apenas à questão do suprimento das necessidades básicas, entretanto o contexto atual é outro. Já cantam os Titãs: “A gente não quer só comida, a gente quer diversão e arte.” E dentro dessa perspectiva o voluntariado no século XXI tem como desafio atuar em um propósito maior, ou seja, os atendidos por serviços do Estad...

Sociedade Black Mirror, mas por quê?

Talvez possa parecer filosófico demais falar sobre a efetividade da empatia, porém existe uma grande discussão sobre os paradigmas da atualidade, e um deles é a finalidade da tecnologia em nosso cotidiano. Alguns afirmam que as mídias sociais se encarregaram de separar as pessoas, entretanto não percebo a tecnologia como um vilão da atualidade. O problema está em nós. Logo mais explicarei o motivo, ou os motivos. Na verdade, é preciso entender como a sociedade e seus componentes devem interagir com esse novo modelo social, afinal a ferramenta se tornou um modo de linguagem. Repare que para se fazer presente em alguns círculos é preciso estar online, por exemplo, você está lendo um texto de um blog agora. E possivelmente está lendo de seu celular. Poderia ser um livro físico, mas dentro de seus canais de leitura você optou por esse.  E não há problema nisso. Charlie Brooker foi genial criando a série Black Mirror. Ele apresenta uma sociedade satirizada devido às relações h...

Vamos falar sobre feedback?

O termo inglês feedback em suas variações pode ser traduzido como comentário ou resposta, ele é usual e presente no meio corporativo. A prática do feedback surge através da necessidade de um parecer referente aos nossos anseios e ações profissionais. De 2007 a 2009 fui Menor Aprendiz no Unibanco, e dentro dessa função não havia uma métrica oficial para um contrato de metas, ou o tão falado feedback. Recordo de sentir os colaboradores preocupados e atentos para esse momento com a gestão, fora isso, eu não entendia mais nada. Percebia que após o feedback a equipe retornava mais quieta, sorrindo pelos cantos da boca, suspirando fundo ao logar em seus computadores, e alguns seguindo em duplas para breves conversas de corredor. Somos seres curiosos, e todo mundo gosta de saber onde o calo apertou em cada pé, não é mesmo? Confesso que à princípio sentia um pouco de receio sobre esse processo, mas posteriormente todos se mostravam mais focados. Quem atrasava, não atrasava mais; quem ficava...

Transição de carreira: acreditar é preciso!

O processo de transição de carreira não é fácil, ainda mais quando o mercado de trabalho segue retraído, entretanto, tudo é possível quando almejamos que nosso objetivo se torne realidade. Digo isso porque almejei durante alguns anos migrar para a área social; pensava em atuar em Responsabilidade Social nas empresas por onde passei, mas entendi que meu destino também poderia ser o Terceiro Setor.  E de fato foi. Não sou determinista, ou penso que o destino é algo traçado misticamente, mas toda ação gera uma reação. Desde 2011 atuo como voluntário na Liga Solidária. Tenho participado de ações pontuais, mas também já estive como voluntário efetivo durante um ano muito proveitoso. Meu anseio por essa área surgiu das minhas experiências no voluntariado, entretanto minha perspectiva era totalmente intuitiva. Eu não entendia como uma organização social pode e deve se articular na sociedade.  No final de 2015 meu ciclo foi encerrado na operação da financeira onde eu estava, en...

Prazer, me chamo Almir.

Meu nome é Almir Santana, tenho 26 anos. Nasci em João Pessoa - PB, mas moro em São Paulo desde 1998. Sou formado em Administração, pós-graduado em Marketing pela ESPM e possuo uma extensão em Projetos Sociais pela PUC de São Paulo. Possuo quase 09 anos de experiência no segmento bancário, sendo que atuei nas áreas de Planejamento Estratégico, Crédito e Comercial. Atualmente, faço parte de uma organização social, e atuo como educador em um programa de capacitação profissional para jovens de 15 a 18 anos.  Esse blog existe desde 2012, porém ele nasceu com o batismo de "Almir, avesso do avesso"; eu escrevia textos de cunho poético. Mas o tempo passou e algumas coisas mudaram, principalmente eu. Ora aqui, ora ali escrevo algo referente às minhas sentimentalidades, e o que sinto com relação ao que me inspira, mas esse processo criativo cabe à outro projeto, por isso, apaguei textos passados, modifiquei o nome do blog, e também o propósito de sua existência.  Os últimos t...