A primeira crônica de 2022 para Ana e Paulo
Ana andava cansada de tudo. O ano anterior havia sido dolorido demais, pesado por uma série de motivos. Então, decidiu deixar sua cidade. Anápolis já não cabia mais nada de si. Ela precisava expandir. Chegou em São Paulo e fez morada entre o cinza da cidade. Voltou a escrever poesias mesmo errando algumas conjunções, vírgulas e afetos. 2022 chegou, e ela conheceu Paulo na internet de forma despretensiosa. Pense em um rapaz bonito, alto, com um sorriso largo, olho rasgado e uma docilidade nas palavras. Ana estava embrutecida. Calejada por ter vivido curtas tragédias sentimentais. Por isso, havia decretado um hiato eterno para afetividades. Vamos usar o termo eterno para fingirmos que se tratava de uma decisão irrevogável, mas na verdade, ela só queria dias de sossego. Mas Paulo havia cismado com Ana. E isso acontecia, porque algum ritmo em comum havia feito com que aquele encontro acontecesse. No final de janeiro, se encontraram na casa da Ana. Para um primeiro encontro, já havia m...